Os dois sentados de frente para ele. A sessão começou;
Olha pela janela. continua.
- Sei lá, se sentir amado é bom sabe... Nem precisar me dizer nada, o problema sou eu, nem todos os dias estou bem, e talvez isso reflita na nossa relação...não sei o que dizer...
Cruza as pernas morde os lábios. O espelho continua estático. A terapeuta fala.
- O que te incomoda?
- Não sei...
parece aflito .morde os lábios de novo, continua.
- Talvez a forma como ele ver as coisas...
- Ele , ou você?
- Não sei... Sou eu?
-Me diga você.
Parece nervoso. Permanece em silêncio.
- Porque você simplesmente não abraça o que vê?
Silêncio.
Silêncio.
A porta bate, sua imagem reflete nos vidros, continua a correr, de forma embaçada nos metais.Para. Chora. Fecha aos olhos. Não se vê mais, se abraça.Se ama, ali mesmo na rua, as pessoas passam, se enrosca se em si, sem se sufocar, os outros o olham, não importa, ele quer se sentir, sentir-se, ser ,enfim...
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