domingo, 8 de agosto de 2010

Vós, Domingo.


Com 12 anos minha vó teve um caso com meu avô, ou ele abusou dela, enfim ...
Minha vó era filha de antonia, minha bisavó e esposa do irmão de meu avô, o que faz de minha vó sobrinha de meu avô.Estranho? Um pouco...Era morena, alta e totalmente ingenua, morava em um sítio e conheceu meu avô enquanto trabalhava na casa da primeira esposa dele.Coitada.Minha vó aos olhos dos desavisados e dos conhecidos era a mesma pessoa.
- Um ser calmo... Tranquilo. Um pobre coitada.

É o que disse minha vó , por parte de pai,pobre coitada é usado aqui por esta, para descrever alguém indefeso.Margarida , o destino fez com que ela tivesse o nome de uma flor, minha vó é a figura mais límpida do passado para mim, as outras todas recebem diferentes predicados , o que torna confuso o sujeito.Minha vó não.Os mesmos adjetivos, o mesmo olhar nostálgico, a mesma flor.
Não sei, mas sempre que ouço uma história sobre a mãe de minha mãe, sinto uma vontade de escrever um livro sobre essa parte de minha família. A história não seria desinteressante, tem tudo para um bom romance, um tenente , uma jovem ingenua do interior, a década de 60 e 11 filhos.Mas isso só são planos, e você se pergunta:
-Porque esse papo de avó?
Nada, vim a casa de minha tia e ouvindo histórias fiquei fascinado com o meu passado, que uma amiga disse ser o que de nós é o mais genuíno. A minha família é grande, problemática , irritante e eu a amo muito ,e tenho orgulho de fazer parte dessa colcha cheia de retalhos com o sobrenome Antunes.

a foto: meu primo Israel .

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